Durante o dia trabalhadores matas abriam.
Assentavam dormentes e alinhavam trilhos.
Alguns eram solteiros, outros tinha esposa e filhos.
À noite adormeciam, cerravam os cílios.
O silêncio da madrugada era quebrado
por um som melancólico que ecoava por todo o povoado.
No outro dia nada era encontrado – enigmático.
Pessoas pasmas acreditavam que eram fantasmas.
Em uma madrugada fria, Cláudio se levanta.
Faz uma oração para sua santa de devoção,
abre sua janela e lacrimeja de emoção
ao ver o pequeno pássaro de plumagem parda
entoando aquela canção.
Assustado… O pássaro bate suas asas e voa…
Urutau, está aí? Urutaí, registrado.
Dizem que o pássaro trazia os ais
das mães que os ferroviários deixaram para trás.
Autor: Rangel Souza